FAMÍLIA BONAPARTE
A Origem

Buonaparte deriva do italiano, buona = boa, parte = parte, ou seja, gente de boa parte, gente de bem. Os primeiros registros que se tem dos Buonaparte data dos tempos do Sacro Império. Eram da pequena Nobreza da Itália.

Os Cadolingi Condes de Pistoia e Fucecchio, nobres de origem Longobarda, com feudos no Vale do Rio Pesa e nas Colinas Pisane (Colline Pisane).

O último dos Cadolingi que se tem notícia foi Ugolino III, que a morreu em 1113 e é dele que descende a Família Buonaparte.

Estabelecidos na Lunigiana e depois em Florença, por fim em San Miniato e em Sarzana, na Repubblica di Genova. Veja mais em Ramos de Famílias.


História

Família originária da Córsega cuja filiação provada remonta a Francisco Bonaparte (originalmente Buonaparte), que morreu em Ajaccio em 1540.

A sua nobreza foi confirmada em França em 13.09.1771.

A família ganhou notoriedade com a ascenção de Napoleão Bonaparte à chefia do Estado francês, coroando-se primeiro imperador dos Franceses, dando origem a uma nova dinastia.

O único filho que teve do seu segundo casamento com Maria Luisa, arquiduquesa de Áustria, morreu muito novo e sem ter casado, pelo que o apelido e os direitos sucessórios continuaram na descendência de seus irmãos Luciano e Jerónimo.

Os descendentes de Luciano usaram o nome de príncipes e princesas Bonaparte, enquanto os descendentes de Jerónimo, aptos à sucessão, usam o nome de príncipes e princesas Napoleão com o título de Príncipes franceses e qualificação de Altezas Imperiais.


Ramos de Famílias

1 - O Ramo Buonaparte de Treviso, que pertencia a Veneza:

Foram Podestà, Magistrado no norte da Itália medieval, em Verona e Pádua. Esse Ramo se extinguiu com o Cavaleiro Servadius Buonaparte em 1397. O nome dos Buonaparte está escrito Libro d'Oro (Livro de Ouro), Sala dello Scrigno (Sala do Relicário), no qual eram escritos todos os nomes dos Patrícios Venezianos.

2 - O Ramo Buonaparte de San Miniato:

San Miniato al Tedesco, hoje somente San Miniato, uma cidade da Província de Pisa, na Região da Toscana, Itália, na Idade Média ficava na rota da antiga Via Francigena, que como o nome diz era uma estrada que vinha da França para Roma e vice-versa, um caminho obrigatório para os peregrinos que iam visitar os Túmulos de São Pedro e São Paulo.

Era, também, o cruzamento das estradas que iam para Florença, Pisa, Lucca e Siena.

O núcleo central da cidade foi erguido por Longobardos no Século VIII, em 783, conforme documentos que estão nos arquivos da Arquidiocese de Lucca e nele erguida uma capela dedicada a São Miniato, primeiro mártir cristão na Cidade de Florença.

Sendo um cruzamento durante Séculos, prosperou por conta do comercio, dos serviços que prestava aos viajantes, e sofreu com a passagem de todo o tipo de Exércitos.

No Século X, Otto I, O Grande, construiu um castelo onde o Vigário Imperial, governador para a Toscana, se instalou.

Por ser em um ponto estratégico sobre o Vale do Rio Arno, o segundo maior rio da Itália, Frederico Barbarossa deu início a construção das muralhas e Frederico II aperfeiçoou as defesas e melhorou o castelo – forte (a Rocca e sua Torre).

No Século XVII, em 1622, torna-se Sede Episcopal e promovida de Vila a Cidade.

No final do Século XIII e todo o Século XIV a população de San Miniato al Tedesco se viu envolvida nos confrontos entre os Guelfos e Gibelinos.

Em 1291 como aliada de Florença foi Guelfa, para em 1307 se aliar a Arezzo e se tornar Gibelina.

Era controlada por Florença, se rebelando instigada por Pisa, por ordem de Napoleão Bonaparte passou a fazer parte do Reino de Etrúria, isso é dos Domínios na Toscana que o Imperador dos Franceses deu a Casa de Bourbon- Parma, para se incorporada pelo Grão-Ducado de Toscana por determinação do Congresso de Viena, a seguir foi reunida ao Reino da Sardenha, para finalmente se incorporada ao Reino unificado da Itália em 1860.

Em San Miniato al Tedesco se houve falar bem dos Buonapartes, pois Jacopo Buonaparte foi conselheiro do Papa Clemente VII, nascido Giulio di Giuliano de' Medici, tendo escrito sobre o Saque de Roma de 6 de maio de 1527 pelo Imperador Carlos V e suas tropas, que é considerado o mais importante documento descritivo desse fato histórico, no contexto da Guerra da Liga de Cognac.

Ainda nesse contexto como resultado da crise que estourou em Florença, que acabou depondo os Medici e proclamada a terceira Republica Florentina, os irmãos Pier Antonio Buonaparte e Giovanni Buonaparte, sobrinhos de Jacopo, foram banidos, contudo com a Restauração da Família Pontifícia a frente da Cidade eles foram anistiados e tiveram suas posições restauradas.

Já Benedetto Buonaparte, irmão de Jacopo e pai dos moços, por ter se mantido neutro politicamente não recebeu nenhum tipo de punição.

No Século XVI Messer Vittorio di Battista e Buonaparte e sua esposa Antonia de Bindo Portigiani, encomendaram a Giuliano di Baccio d'Agnolo a construção do hoje Palazzo Formichini, foi adquirido no Século XIX pela Família Formichini ( ou Formighini) , localizado na Via IV Novembre, onde está instalada sede da Cassa di Risparmio di San Miniato ( Banco de Poupança de San Miniato), com sua valiosa coleção de obras de arte, incluso um quadro de autoria de Egisto Sarri cujo o tema é a entrada de Napoleão na cidade.Com o casamento de Jacopo Buonaparte com Lucrezia Franchini o Palácio passou a ser chamado de Palazzo Buonaparte-Franchini.

Em 1570 há registro de Giovani Buonaparte, um gentil-homem agregado a Família Orsini, que deu os Papas Nicolau III e Bento XII, Dinastia essa que teve trinta e quatro Cardeais, diversos Príncipes e Duques, bem como Cavaleiros das Ordens do Tosão de Ouro, Teutônica e do Espírito Santo.

Seu último representante desse Ramo dos Buonapartes, os Buonaparte di San Miniato, foi o Abade Gregório Buonaparte, aquém Napoleão conheceu em uma de suas vistas a Cidade, e que tentou convencer ao Imperador dos Franceses de providenciar a canonização de um de seus parentes o também Abade, Boaventura Buonaparte.

Ao morrer o Abade Gregório Buonaparte deixou todos os seus bens para Napoleão que os doou a Florença.

Chamo atenção que segundo alguns historiadores Carlo Maria Buonaparte foi a San Miniato em busca de Certificados de Fidalguia, de Velha Nobreza, bem como Napoleão, ainda estudante foi com o mesmo intuito para poder ser admitido na a Escola Militar de Paris, apesar de seu pai já ter feito prova de Nobreza para ele poder cursar a Escola Militar de Brienne (L'école militaire de Brienne-le-Château).

Em 2 de Julho de 1796, Napoleão, ocupado com a tomada de Livorno, voltou a San Miniato para visitar seu o idoso, Filippo Buonaparte.

3 - O Ramo Buonapartes de Sarzana:

Do qual realmente o General Napoleão Bonaparte, Imperador dos Franceses, Rei da Itália e Protetor da Confederação do Reno, e seus irmãos, descendem. Genealogia simplificada desse Ramo:

  • Gianfardo, nascido e criado em Sarzana. Final do Século XII e início do Século XIII.
  •  └─> Bonapars ou Bonapax, um membro do sindicato de Sarzana e chamado de o Velho de Sarzana (m. 1245);

      └─> Giovanni (1312) casou com:

        I - Vita, filha de Pasqualino di Sarzanello;

       II - Giovanna Sacchetti;

      └─> Jacopo, Notário Imperial, Prefeito de Sarzana;

      └─> Nicolosio, Notário Imperial (m. 1397);

       └─> Giovanni, Notário, Prefeito de Sarzana, Comissário de Giovanni Maria Visconti, Duque de Milão, em 1408 para Lunigiana. Casou em 24 abril de 1397 com Isabella Calandrini, filha de Federico Calandrini, officiale della Porta San Donato, em Lucca, em 1340, que se casou com Maddalena Griffi, prima de Cardeal Filippo Calandrini, meio-irmão do Papa Nicolau V;

        └─> César Bonaparte casou com em 1440 com Appolonia Malaspina, filha de Nicolò, Marques de Verrucola;

         └─> Giovani;

         └─> Francesco, dito Il Mauro (m. Ajaccio 1540) casou com Caterina di Castelletto di Pietrasanta;

          └─> Gabrielle Buonaparte dito « di Sarzana », Soldado Mercenario da Repubblica dei Genova em Ajaccio;

    Girolamo Buonaparte, Notário, Procurador dos Nobres Anciãos ( procuratore dei Nobili Anziani) em 1554, Deputado d'Ajaccio, Membro do Senado de Genova, casou com Camilla, filha de Carlo Cattaccioli di Bonifacio e di Francesca d'Istria;

         └─> Francesco Buonaparte, Capitão da Cidade (capitano della città) em 1596, Membro do Conselho dos Anciãos de Ajaccio (membro del Consiglio degli anziani d’Ajaccio);

      └─> Sebastiano Nicolò Buonaparte, Membro do Conselho dos Anciãos de Ajaccio (membro del Consiglio degli anziani d'Ajaccio) (1620-1622), casou:

       └─> I - Em 12/09/1623 com Angela Trolio-Lubero;

       └─> II- Em 19/05/1630 com Maria Rastelli;

        └─> Luciano;

        └─> Napoleone;

        └─> Carlo Maria I (1637 a 8/ 1692), Ancião de Ajaccio (Anziano d'Ajaccio.), casou em 10/06/1657 com Virginia, filha de Pietro Odone;

         └─> Giuseppe Maria (24/02/1663-10/1703), Membro do Conselho de Ajaccio (membro del Consiglio degli Anziani d'Ajaccio), casou em 20/12/1682 com Maria Bozzi, falecida em outubro de 1704;

          └─> Sebastiano II (29/09/1683-24/11/1760), Membro do Conselho de Ajaccio (membro del Consiglio degli Anziani d'Ajaccio) (1720-1722), casou com Maria Anna Tusoli di Bocagnano, falecida em 17/09/1760;

         └─> Napoleone, morto em 17/08/1767, Membro do Conselho de Ajaccio (membro del Consiglio degli anziani d'Ajaccio), casou em 04/11/1743 com Maria Rosa, filha de Giovan Battista Bozzi;

         └─> Luciano, nascido em l8/01/1718, falecido em l 15/10/1791.

         └─> Giuseppe Maria II (31/05/1713- 13/12/1763), Membro do Conselho de Ajaccio (membro del Consiglio degli Anziani d'Ajaccio) (1750-1753). Casou em 05/03/1741: com Maria-Saveria, filha de Giuseppe Maria Paravicini, falecida em 1780

          └─> Carlo Maria II Buonaparte (1746-1785) casou com Maria Letizia Ramolino (1750-1836), os pais de Napoleão.


    Francesco Buonaparte, dito Il Mauro, mudou-se para Córsega no Século XVI.

    Primeiro se estabeleceu em Bastia onde um Giovanni Buonaparte foi responsável pela administração em tempos da Republica de Genova, sob o governo Tomasino Campofregoso.

    Depois se mudaram para Ajaccio, onde Francesco se tornou funcionário do Banco di San Giorgio, os verdadeiros donos da ilha.

    Em 8 de maio de 1769, na Córsega, Paoli e derrotado na Batalha de Ponte Novu, e quatro meses depois, em 20 de setembro 1769, por Ordenança Real (ordonnance royale ) foi criada uma comissão (chancellerie) no Conselho Superior da Córsega (conseil supérieur de la Corse) para verificar as famílias nobres da Córsega.

    Para ser reconhecida tinha que der no mínimo 200 anos de Fidalguia (patriciat), e os Buonapartes conseguiram fazer prova.

    Os Buonaparte haviam se enraizado bem na Ilha e é claro isso passava por casamentos vantajosos com as outras Famílias Nobres de ilhéus.

    Entre os seus antepassados havia o Conde Vincentello d'Istria, Vice-Rei da ilha em tempos do domínio da Coroa de Aragão, que acabou sendo executado pelos Genoveses em 1434, outro era o Conde Rinuccio Della Rocca, que se rebelou contra a Genova e acabou assassinado em 11 de abril de 1511, por ordem do Almirante Andrea Doria.

    Uniram-se, também, a Família d'Ornano, uma delas, Vannina d’Ornano, casou com Sampieru de Bastelica, dito Sampieru Corsu ou Sampiero Corso, o primeiro dos grandes nacionalistas da Córsega, cujo filho foi Alphonse (Alfonso Gieronimo) d'Ornano, foi Marechal de França, em tempos de Henrique IV, e seu filho Jean-Baptiste d’Ornano, Marquês de Montlaur, foi, também, Marechal de França e Cavaleiro da Ordem de Santo Espirito.

    O que fez dos Buonaparte uma Família bem entroncada com os notáveis da Ilha da Córsega.



    Contudo Napoleão, que acabou casando com uma Habsburgo para enobrecer mais a sua linhagem, a princípio não dava importância a sua condição de fidalgo, muito pelo contrário, já que mandou publicar no Moniteur universel, diário oficial da Revolução depois do Império Frances, o que segue:

    « On a mis dans les journaux une généalogie aussi ridicule que plate de la maison Bonaparte. Ces recherches sont bien puériles. À tous ceux qui demanderaient de quel temps date la maison Bonaparte, la réponse est bien facile: Elle date du 18 brumaire. »

    Tradução livre:

    “Alguém colocou nos jornais uma genealogia tão ridícula da casa Bonaparte. Esta pesquisa é pueril. Para todos aqueles que perguntam de que tempo data a casa Bonaparte, a resposta é fácil: Ela data de 18 brumaire”.

    Acontece que o velho Tempo muda as pessoas e foi assim com Napoleone Buonaparte, da Córsega, pois a partir de 18 de Maio de 1804 essa Família da pequena Nobreza italiana, datada do Século XIII, se torna a família Imperial da França, com vários de membros sentados em diversos Tronos pela Europa e América.

    Contudo...

    Os membros da Casa Imperial da França – a Casa Bonaparte – ostentaram em alguma época de suas vidas os Títulos de Imperadores dos Franceses, Príncipes imperiais, Altezas imperiais, Príncipes do Império, Príncipes Franceses, Reis da Itália, Rei de Roma, Reis de Espanha e as Índias, Reis de Nápoles, Reis da Holanda, Reis da Vestefália, Vice-rei da Itália, Príncipe de Canino e Musignano, Príncipes de Piombino e Lucca, Príncipes Borghese de Sulmona e Rossano e Guastalla, Príncipes Murat, Príncipes de Eichstätt, Príncipe de Veneza, Grão- Duques de Berg e Cleves, Grão-duques da Toscana, Grão Duque Hereditário de Frankfurt, Duque de Reichstadt, Duques de Leuchtenberg, Duques de Guastalla, Condes de Colonna-Walewski, Pares de França, Membros da Legião de Honra, Membros do Senado ( Sénat Conservateur), Cavaleiros de la Toison d'Or, bem como o de Imperatriz - Consorte do Brasil, Rainha de Portugal, Duquesa de Bragança e Princesa do Brasil.


    Carlo Maria Buonaparte e Maria Letizia Ramolino, os pais de Napoleone di Buonaparte


    Curiosidades

    Napoleão quase nasceu italiano. A ilha de Córsega fica entre o sudeste da França e o noroeste da Itália e, até um ano antes do seu nascimento, pertencia a esta última, tendo sido entregue à França em cumprimento ao tratado de Versalhes, em 1768. No seu todo, é uma ilha montanhosa e rochosa. Mesmo assim, tem sido habitada desde a pré-história. Colonizada pelos romanos no século II a.C., foi muitas vezes saqueada pelos sarracenos. Os habitantes, então, colocaram-se sob a proteção do papa, que entregou a ilha ao governo de Pisa, que foi derrotada pelos genoveses, que tomaram a ilha e entregaram aos franceses, como foi dito acima. Até hoje, a ilha pertence à França, mas existe entre a população uma leve aspiração pela própria independência. Vive do turismo e da criação de ovinos, melhor adaptados ao clima e à sua estrutura geológica.


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