FAMÍLIA CAVALCANTI
Descrição do Brasão

Armas: de prata, mantelado de vermelho semeado de quadrifólios do primeiro e uma asna de azul brocante sobre o traço do mantelado.

Timbe: um cavalo alado de sua cor, rompante e entre chamas.


Origem

Família de origem italiana (Florença) que em meados do século XVI passou a Portugal, vindo de Espanha.

Um Filipe Cavalcanti, que terá passado a Portugal cerca de 1558, posteriormente atravessou o oceano e fixou-se em Pernambuco, no Brasil, aí casando com D. Catarina de Albuquerque, filha bastarda de Jerónimo de Albuquerque e neta de Lopo de Albuquerque, deles provindo a família Cavalcanti de Albuquerque.

A mais antiga referência documental sobre Felipe Cavalcanti data de 25.8.1559, quando do seu pedido de uma Cruz ao rei de Portugal (Arquivo de Estado de Florença - Arquivo Gilson Nazareth). Foi novamente, documentado a 10.10.1578, em correspondência do viajante Fellippo Sassetti, escrita em Lisboa, para Baccio Valori, em Florença. Nessa correspondência, consta ser Felipe Cavalcanti, homem de grande autoridade, e de negócios, estabelecido com comércio de açúcar branco, em Pernambuco.

Na mesma correspondência constam nomes de dois dos seus irmãos: Guido e Stiata Cavalcanti, todos filhos de Giovanni Cavalcanti, netos de Lorenzo e bisnetos de Filippo Cavalcanti e de Ginevra Mannelli, filha de Francesco e neta de Leonardo Mannelli. Seu pai, o referido Giovanni, comerciante com actuação em Inglaterra, recebeu mercê de Carta de Brasão de Armas, passada por Henrique VIII, Rei da Inglaterra, na qual consta ser de Florença, da «honestíssima família Cavalcanti», e sua esposa, Ginevra Manelli, de uma família recém-nobilitada (Arquivo. Gilson Nazareth e Dalmiro Buys).

Já em Portugal, pediu e obteve uma certidão de sua nobreza, datada de 23.8.1559 e assinada pelo próprio Cosme I de Médicis, o Grande, contra quem Filipe havia conspirado, com o seguinte teor:

«Da atenção, que mandou passar o Duque de Florença a Filipe Cavalcanti sobre o título de sua nobreza. Em nome de Deus: Amem. No ano de Nosso Senhor Jesus Cristo de 1483, a trinta de dezembro, se leu este testemunho público, como está no livro dos decretos e privilégios dos Sereníssimos e Grandes Duques de Toscana, onde se vê seu original do numero 141 até 142. Cosme de Médicis, por graça de Deus, Duque II de Florença, e Siena, etc. A todos e a cada um, a cujas mãos chegarem as presentes letras, saúde e prosperidade, etc. A família Cavalcanti, nesta cidade, nessa nobre cidade de Florença, como também a família Manelli, resplandece com singular nobresa e luzimento dos que até este tempo tem saido varões de nós, de nossos pregenitores, e de nossa república beneméritos; porque elles tem alcançado em sucessivos tempos todas as honras e dignidades de nossa cidade, e tem servido os supremos magistrados, com grande louvor; trazendo as armas proprias de suas famílias, a maneira dos patricios florentinos, distintas em seus campos e cores, conhecidas como abaixo se podem ver, viveram como outros mais luzidos fidalgo de sua patria. Entre os que contamos principalmente a Giovanni de Cavalcanti, pai de Felipe de Cavalcanti, o qual vivendo nesta cidade em tempos passados, casou com nobilillissima dama a Sra. Genebra de Manelli, de quem teve de legitimo matrimmonio esse Felipe de Cavalcanti, o qual, não degenerando de seus pais, vive com toda pompa no nobilissimo reino de Portugal / Pelo que amamos, como nos é licito, as mesmas famílias e a seus descendentes, e até disso significamos que o mesmo Dom Felipe de Cavalcanti, nascido dos ditos pais nobres, a saber: Giovanni De Cavalcanti e Genebra De Manelli, de legítimo matrimonio, e de famílias muito nobres, com razão é muito amada de nós, e com o testemunho das presentes letras, que mandamos selar com o nosso selo pendente de armas, certificamos a sua nobresa; e alem disso desejamos e pedimos, que por nosso respeito, se lhe faça com toda a benignidade muita honra, porque nos será isso mui agradável, e o teremos em grande conta e obsequio. Dado em Firenze em nosso Palácio dos Duques, a 23 de Agosto de 1559 e de nosso Ducado, 23.º e do de Sena o 3.º. / Eu, Jeronimo De Giuntinis; Doutor em ambos os Direitos.,filho do Senhor Dom Francisco, cidadão florentino, primeiro Ministro do dito archivo das reformações da Cidade de Firenza, juntamente com o abaixo assinado, Dom Loureço De Contins, meu companheiro no dito oficio, para credito publico, por mão própria assinei, para Iouvor de Deus. / Eu, Lourenço De Continis, filho de Cosme, cidadão florentino, segundo Ministro do dito oficio das reformações, junto com o dito Dom Jeronimo De Giuntinis; primeiro Ministro do mesmo oficio, por passar assim a verdade, assinei, por mão propria para louvor de Deus. / Nós, Antônio De Deis, ao presente pro consul do Collegio dos Juizes e notarios da Cidade de Firenze, damos fé, e publicamente certificamos que os sobreditos senhores Dom Jeronimo De Giuntinis e Dom Lourenço De Continis foram e são quais fiseram nas suas assinaturas e são dignos de fé e que nos seus signais sempre a êlles se deu e ao presente se Ihe dá plena e indubitavel fé, em juízo e fora delle e por passar assim na verdade passamos esta selada com nosso selo. Dada em Florenca a 4 de Janeiro de 1683. Jacob Bindio - Cancellario etc. / Nós abaixo assinados mercadores da praça de Florença, certificamos como o sebredito senhor Dom Jeronimo De Giuntinis e o senhor Dom Lourenço De Countinis são tais quais se fazem nas suas assinaturas legaes e dignas de fé, e a seus signais se deu e se dá por inteiro creditado e por ser assim na verdade passamos esta a 4 de Janeiro de 1683. / Giuseppe Buona Corzi, dá dita fé por mão propria. Carlo De Geneni, dá a dita fé por mão própria.

Filipe Cavalcanti, o fidalgo «Florentino pernambucano», deixou numerosa e importante descendência - onze filhos - de sua união com Catarina de Albuquerque, “a Velha” * 1538 + Olinda, Pernambuco 1614, filha de Jerónimo de Albuquerque, «o Adão Pernambucano» e da «índia» Maria do Espírito Santo Arcoverde.


Curiosidades

Um dos descendentes da família de Filippo foi Cavalcanti de Albuquerque. Ele teve sua vida ligada a política, sendo governador de Pernambuco mais de uma vez. Cavalcanti ocupou outros cargos importantes e recebeu o título de Visconde.


Títulos, Morgados e Senhorios
  • Barões de Gindaí
  • Barões de Moribeca
  • Barões de Suaçuna
  • Duques de Caccuri
Variantes do Sobrenomes

O sobrenome Cavalcante varia na escrita, podendo ser escrito com “i” no final. No Brasil, Cavalcanti é a variação mais encontrada.


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