PERSONALIDADES MARCANTES
FRANCISCO AMÂNDIO AGUIAR
( 07-11-1914   21-05-1982)

Francisco Amândio de Aguiar foi uma pessoa admirável pela sua inteligência, pelo seu espírito de urbanidade e, sobretudo, pelos seus dons artísticos manifestados na poesia e na música.

Nasceu na cidade de Santa Catarina-MG que, em 12-12-1953, passou oficialmente a chamar-se Natércia (anagrama de Catarina, ou, melhor, de Caterina, segundo o português antigo). Era filho de Fernando Diamantino Amândio de Aguiar, natural de Diamantina (antigo Tijuco) - MG, e de D. Maria Augusta de Aguiar, natural de Natércia-MG. Estudou as primeiras letras em sua terra natal, no então Grupo Escolar (ora Escola Municipal) Coronel Goularf, de 1921 a 1924.

Ainda adolescente passou a ajudar o pai, que exercia a profissão de alfaiate, e que mantinha família numerosa (8 filhos). Mas desde então estava nos sonhos de Chico Aguiar o desejo de estudar, de seguir um curso superior, e lhe faltavam os recursos para isso. Foi convocado para servir o Exército, e passou um ano no Batalhão de Itajubá. Cumprido o dever cívico, não quis voltar para Natércia, e se empregou na alfaiataria de Francisco Ricca. Abandonando essa profissão, em seguida ingressou na Fábrica de Armas (ora IMBEL). Sempre ambicionando ampliar sua instrução, matriculou-se no Colégio Estadual "Major João Pereira", no curso noturno então ali existente, e, em 1960, com brilhantismo, concluiu os preparatórios ginasiais. Durante o período de 1961 a 1963 fez o Curso Técnico de Contabilidade. Desejou diplomar-se em História, e ingressou na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Itajubá, que frequentou até o 2° ano, mas viu-se obrigado a trancar a matrícula porque se sentia doente.

Na Fábrica de Itajubá, depois de trabalhar em oficinas, foi transferido para a Escola Industrial do Estabelecimento, à qual prestou grandes serviços, não só como competente professor, mas também como auxiliar da Secretaria da Escola. E também professor foi o Chico Aguiar em sua terra natal e em Marmelópolis.

Em 29-07-1939, casou-se com D. Benedita Siqueira Aguiar, natural de Conceição das Pedras-MG. Desse consórcio houve seis filhos, aos quais o ilustrado e tão digno pai facultou completa formação intelectual. São eles: 01- Luiz Carlos de Siqueira Aguiar, Engenheiro Eletricista formado pela EFEI; 02- Marlene Aguiar Pereira, Professora pelo Colégio Sagrado Coração de Jesus; 03- Berenice Aguiar Vieira Pinto, idem; 04- Sílvio Romero de Siqueira Aguiar, Engenheiro Mecânico pela EFEI e Engenheiro Civil pela FECI; 05- Wilson Roberto de Siqueira Aguiar, Engenheiro de Telecomunicações pelo INATEL de Santa Rita do Sapucaí-MG; 06- Álvaro Alvim de Siqueira Aguiar, Engenheiro Mecânico pela EFEI e Economista pela Faculdade de Ciências Econômicas do Sul de Minas, de Itajubá.

Francisco Amândio de Aguiar além de intelectual e talentoso sonetista, foi igualmente músico. Aliás, pertencia a uma família de maestros e orquestradores, entre os quais estava o próprio pai, um virtuoso do Bombardino. Seu tio paterno, Djalma Diamantino, foi famoso requintista. E Chico Aguiar, que estudou música com o maestro Aplínio Arantes, de Natércia, foi músico da Banda da Fábrica de Armas e da Lira São José.

Francisco Aguiar, dedicado as pesquisas históricas, deixou uma História de Natércia e chegou laborar uma parte da história de Marmelópolis. Pertencia à Academia Itajubense de Letras, ocupando a cadeira cujo Patrono é o poeta e pintor Antônio de Souza Vianna, do qual compôs um completo panegírico regulamentar para a sua posse.

Faleceu o saudoso poeta, professor músico e historiador em Campinas, e foi sepultado em Itajubá.

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