PERSONALIDADES MARCANTES
GUILHERME CARDOSO
( 01-08-1921   19-08-1981)

Conterrâneo é duplamente notável. Primeiramente, como herói, destemido "Pracinha" nas pelejas da FEB na Itália durante a 2a conflagração mundial; e, como segundo feito, o seu gesto demonstrativo de honestidade e dignidade de maneira dificílima de se encontrar exemplo semelhante.

Seu primeiro ato meritório ocorreu na guerra. Guilherme Cardoso era Sargento do 4º Batalhão de Engenharia de Combate (então Iº Batalhão de Pontoneiros) quando foi designado para integrar a Força Expedicionária Brasileira (FEB), que partiu para os campos de luta no Velho Mundo.

Participou de combates e de ocupação de posições em Camaiore, Monte Prano, Monte Castelo, Castelnuovo, Montese e em outros cenários da guerra na Itália contra as hostes nazistas que então ocupavam aqueles lugares.Guilherme Cardoso recebeu vários, e honrosas medalhas e citações de combates de que participou com heroísmo e arrojo bem característicos do valente soldado brasileiro.

O segundo ato marcante do caráter e a honradez de Guilherme Cardoso foi acontecimento comentado em vários jornais sul-mineiros, inclusive pelo "O Sul de Minas", de Itajubá, e pela "Gazeta de Ouro Fino" de 24-12-1967, sob a epígrafe "Guilherme Cardoso, S. Excia. O Ilustre Cidadão", de autoria de Eloy Paulini Miranda. O caso pode ser assim resumido: Guilherme, numa manobra menos feliz de seu automóvel, amassou um carro que,lhe estava próximo. Ninguém presenciou a batida. O carro danificado pertencia a Antônio Bertelli, residente em Ouro Fino, onde era conhecido por Nico. O comentarista Eloy, do citado jornal ouro-finense, assim informou: "Conta-nos o amigo Nico que, em dias da semana passada, fora a Itajubá, a fim de tratar de negócios. Parou o seu carro em um determinado ponto da cidade, e foi cuidar de seus interesses. Quando retornou, para aborrecimento seu, encontrou o seu tão querido Volkswagen com a trazeira amassada, e ninguém nas imediações que pudesse apontar o autor daquele considerável dano. Quando Nico Bertelli assumiu o volante, encontrou, preso ao pára-brisa esquerdo, o seguinte bilhete: "Senhor proprietário deste carro: Infelizmente bati em seu carro, Procurei-o e não o encontrei. Queira telefonar para 2264-a) Guilherme Cardoso". Antônio Bertelli, cavalheiro também de fina educação e bons sentimentos, sobremaneira admirado da honestidade do itajubense, de tão nobre conduta, recusou receber qualquer indenização pelo estrago de seu carro.

Guilherme Cardoso era casado com D. Maria Cardoso e foi pai de nove filhos, todos formados, entre os quais três engenheiros. Sua residência ficava na rua Miguel Braga, 457.

Documento sem título