PERSONALIDADES MARCANTES
JOÃO CORRÊA PINTO
( 05-05-1919   20-10-1982)

João Corrêa Pinto foi a personificação do dinamismo e do progresso. Era homem de ação, do trabalho, da luta pela prosperidade, das iniciativas construtivas, de investimentos que tomavam o virtual em real para a grandeza de toda a coletividade. Bem poucos são os promotores das grandes concretizações que possuem o mesmo mérito, a mesma disposição de laboriosidade e a mesma probidade em valorizar o trabalho, esse benemérito construtor da cidade.

João Corrêa Pinto era o 3° filho de Antônio Corrêa Cardoso e de D. Maria Martins Corrêa, ambos portugueses. Tinha ele os seguintes irmãos: Vifiato, Antero, José, Ana, Guilhermina, Lucílio, Lucy, Maurício e Nair. Casou-se aos 18 anos com D. Ana Gonçalves Corrêa, filha de Antônio Gonçalves dos Santos (Sr. Tonico do Rio Manso, como era conhecido) e de D. Ana Campos Gonçalves.

Foram 12 os filhos do casal João Corrêa e D. Ana Gonçalves: 01- Maria Aparecida; 02- Antônio Corrêa; 03- Maria do Carmo; 04- Márcia Elizabeth; 05- Beatriz Corrêa; 06- João Corrêa Filho; 07- Luiz Corrêa; 08- Maria de Lourdes; 09- Maria das Graças; 10- Maria Eunice; 11- Rita Corrêa; 12- Suelly Maria.

Comerciante, industrial e empresário, iniciou seus trabalhos no comércio, em Rio Manso, estabelecendo-se posteriormente em Maria da Fé, onde laborou nos ramos de Posto de Gasolina, secos e molhados, tecidos, etc, bem com fecularia, transportes e fábrica de Massas e Doces "MARIA", da qual foi o fundador.

Veio para Itajubá em 1953, e aqui foi um dos proprietários da CASA VERA CRUZ LTDA e da CASA DAS SEDAS, tendo como sócios Mário Corrêa e João Brito. Em 1954 comprou um lote em frente ao Mercado Municipal, na cabeceira da ponte "Randolfo Paiva" (antiga ponte de arcos), e construiu ali o prédio onde deu início a uma das maiores e conceituadas lojas de ferragens de toda a região, a CASA PINTO. Nessa mesma época também se estabeleceu em atividades de transportes, com o EXPRESSO CORRÊA. Homem de visão e tino comercial, comprou em 1960 uma propriedade que abrangia terras dos municípios de Campos do Jordão - SP e Piranguçu - MG, ricas em calcário ao qual popularmente se dava a designação de "Pedra mármore". Tomou-se o pioneiro na venda desse calcário para a lavoura, produto até então desconhecido na região, material que teve grande aceitação em vários outros estados, (Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Rio de Janeiro, São Paulo) chegando a exportar esse produto, o qual foi comentado por uma revista técnica internacional, que classificou o calcário como "o melhor mármore do Brasil". Esse empreendimento foi denominado MINERAÇAO CORREA, e teve como sócios os filhos Antônio Corrêa, João Corrêa e Luiz Corrêa.

Em 1978, satisfeito com o bom êxito de suas empresas, vendeu suas cotas para o sócio Antônio Corrêa, e iniciou seus trabalhos na firma TRANSCORRÊA LTDA (fundada por Luiz Corrêa), tomando-se sócio de João Corrêa Filho, iniciando os trabalhos de terraplenagem, construção e transportes. Nessa época já morava no palacete da Praça Theodomiro Santiago, agora de sua propriedade, que fora construído por D. Amélia Braga, no qual depois residira também o Sr. Alcides Faria. Essa rica mansão pertencera ultimamente à firma MINERAÇAO CORRÊA LTDA, e com sua saída dessa firma, recebeu o Sr. João Corrêa essa propriedade como parte do pagamento. Sendo esse palacete uma obra de grande valor arquitetônico e histórico, decidiu vende-lo, e foi oferecido à Prefeitura. O Dr. Pedro Mendes dos Santos, então Prefeito, muito se interessou por essa aquisição, e não mediu esforços para o seu tombamento, mas as iniciativas foram frustradas. O rico imóvel foi então vendido para a firma MÓDICO ENGENHARIA, que o demoliu, levantando em seu lugar o belo e alto prédio de vários pavimentos, que recebeu o nome, com muita justiça, de EDIFÍCIO JOÃO CORRÊA PINTO.

O nobre Senhor João Corrêa Pinto foi homem austero e justo, dotado de coração magnânimo e muito religioso. Humanitário e benemérito, ajudou a construir a Granja "Wenceslau Neto". Participava com muita devoção das festas e solenidades religiosas, tendo sido festeiro por diversas vezes na igreja Matriz de Nossa Senhora da Soledade e na de São Benedito, na qual ficaram famosas as "quitandas" que D. Ana, sua esposa, preparava para os leilões e bingos em beneficio da Paróquia. Seu maior sonho, assim como o de D. Ana, era ir ao Vaticano para estar com o Papa. Por felicidade, este sonho foi realizado, recebendo a bênção de sua Santidade, a menos de cinco metros. Homem de fé, viveu pela família e por seus semelhantes.

Faleceu na paz de Deus, aos 63 anos assistido por seus médicos e íntimos amigos que foram os Drs. José Geraldo Vilela Reis, Paulo Amaral Secches e Satochi Cobaiachi (seu genro).

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