FAMÍLIA DUTRA
Descrição do Brasão

Um dos brasões conhecidos da família Dutra é feito de azul, com três besantes de ouro, dois em cima e uma em baixo. Cada besante é composto por de três gotas de preto, uma em cima e duas em baixo. No timbre podemos ver um abutre de sua cor.

É possível que se encontre outros modelos de brasões. Isso se dá pelo fato de uma nova origem com o mesmo sobrenome, ou até mesmo a mesma origem que foi se disseminando de tal forma a se separar, ou ganhar identidade própria.


Origem

Sua origem portuguesa sugere que este seja um sobrenome que veio da junção de “De ultra”. Dessa forma, este é uma adaptação do holandês (Flamengo) Van Hurtere. O sobrenome provém dos Açores, pois um Dutra povoou as ilhas do Faial e Pico.

Sua origem portuguesa, mesmo advinda de um nome holandês se dá pelo fato de que Joss van Hurtere habitou terras portuguesas e passou a ser conhecido como Josse Dutra.

Assim, este que era um sobrenome holandês, passou a ter a sua forma com um toque português que posteriormente se disseminou por várias partes do mundo e ganhou certa popularidade no Brasil.


História

Sobrenome de origem flamenga. Aglutinação da preposição de com Utra. Trazido para Portugal no séc. XV por José van Hurtere, donatário da ilha do Faial. Antenor Nascentes, II, 92.

Família açoriana que descende de Joss van Hurtere, flamengo que nos século XVI passou à ilha do Faial onde ficou conhecido por Josse Dutra, dele provindo os que usam deste apelido, tanto nos Açores como, mais tarde, em Portugal. Dicionário das famílias portuguesas.

É muito difícil classificar este sobrenome, pelo que se sabe a origem do mesmo está em uma alteração gráfica ocorrida no sobrenome do Sr. Joss ven der Huerter, um flamengo que imigrou para a ilha do Faial no século XV, o seu sobrenome teria sido "aportuguesado" em "de Ultra" o qual teria evoluído foneticamente para "Dutra". O grande problema é que cada literatura atribui um sobrenome diferente para este Sr., alguns lhe atribuem "Van Hurtere" outros "Ven Der Huerter", parece que este ultimo está mais certo, pois no Dictionary of American Family Names publicado pela universidade de Oxford aparece o registro do sobrenome germânico Huerter, este termo fora utilizado como um apelido e referia-se a um sujeito tido como parcimonioso, mesquinho, pão-duro, miserável.

Huerter - German (Hürter): nickname for a stingy person, from Middle High German hurtære ‘hoarder (of treasure)’. Dictionary of American Family Names Oxford University

Dutra - Portuguese: habitational name for someone from Utra, a place in Flanders or Utrecht. Dictionary of American Family Names Oxford University Press, ISBN 0-19-508137-4.


Ilha da Madeira é a principal ilha do arquipélago da Madeira


Genealogia - Ilha do Faial: sobre a história desta família e sua passagem pela Ilha do Fayal, escreveu no ano de 1717, o Padre Antonio Cordeiro, em sua História Insulana das Ilhas a Portugal Sugeytas, Livro VIII - Das Ilhas do Fayal, e Pico, Capítulo III - Dos illustres Capitães Donatários do Faya; e Capítulo IV - Dos outros primeyros, & mais nobres Povoadores do Fayal, Utras, & Quadros, Silveyras, & Cunhas, & Boemias. Felgueiras Gayo, em seu Nobiliário de Famílias de Portugal [Tomo XXVIII], principia esta família em Jacob de Utra, Fidalgo Flamengo e Senhor de terras em Flandres, que passou a Portugal em companhia de outros fidalgos flamengos, seus parentes, como foi outro Jacob de Utra e Antônio de Utra. Estabelecido na Ilha do Fayal, deixou numerosa descendência do seu cas., na Ilha do Fayal, com Brites de Macedo.

- Brasil: No Rio de Janeiro, entre as mais antigas, registra-se a de Antônio Dutra de Andrade [c.1587 - ?], filho de Manuel Dutra [do Faial], que deixou geração, a partir de 1617, com Maria de Faria (Rheingantz, I, 547). Rheingantz registra mais 13 famílias com este sobrenome, nos sécs. XVI e XVII, que deixaram numerosa descendência no Rio de Janeiro. sobrenome de antiga família originária das ilhas portuguesas estabelecida no Rio de Janeiro. Gaspar Dutra Machado, nasc. na ilha Terceira, bat. a 4.10.1597, filho de Domingos Machado Ribeira Secca e de Isabel Dutra, e terceiro neto de Mecia de Andrade Machado, matriarca da família Machado (v.s.) na Ilha Terceira. Deixou geração dos seus dois casamentos: o primeiro, no Rio de Janeiro (Sé 1º, 41) a 6.2.1622, com Beatriz da Cunha, nascida no Rio de Janeiro e falecida antes de 1653, filha de João da Cunha e de Maria Martins; e o segundo, por volta de 1653, com Ana de Brum da Silveira. [Carlos Rheingantz: Primeiras Famílias do Rio de Janeiro, Tomo I].

Sobrenome de uma família originária das ilhas portuguesas, estabelecida no Rio Grande do Sul, para onde foi Ana Maria de São José, nasc. por volta de 1714, na Freguesia de Nossa Senhora da Luz da Ribeira dos Flamengos, concelho de Horta, bispado de Angra, Ilha do Faial, Arquipélago dos Açores. Filha de João Correia Dutra e de Maria da Luz. Casada com Jose da Silveira Gularte. Sobrenome de uma família originária das ilhas portuguesas, estabelecida no Rio Grande do Sul, para onde foi Antonio Dutra, nasc. por volta de 1713, na Freguesia de Nossa Senhora das Angústias, concelho de Horta, Ilha do Faial, bispado de Angra, Arquipélago dos Açores. Filho de Amaro Garcia e de Apolonia Dutra.

No Rio Grande do Sul, entre as mais antigas, está a do Patrão-Mor Antônio Dutra [da Ilha do Faial], que deixou geração, em 1751, na Colônia do Sacramento, com Rita Maria da Conceição. No Acre, cabe registrar Carolino Dutra, nat. do Pará, que desbravou, por volta de 1878, o seringal Cametá, nome de sua terra natal (Castelo Branco, Acreania, 172). Há, ainda, diversas famílias com este sobrenome estabelecidas em outras partes do Brasil. Para Mato Grosso, entre outras, registra-se a família de Francisco José Dutra, que deixou geração do seu cas., por volta de 1840, com Ana Terência. Entre os descendentes do casal, registram-se:

I - o filho, José Florêncio Dutra [07.11.1843, Cuiabá, MT - 23.07.1924, idem], alferes de polícia. Deixou geração do seu cas., por volta de 1880, com Maria Justina da Conceição [12.11.1857, Cuiabá, MT -], filha de Benedito de Souza Aguiar e de Maria da Conceição; II - o neto, Marechal Eurico Gaspar Dutra [18.05.1885, Coxipó do Ouro, Cuiabá, MT - 11.06.1974, Rio, RJ], filho do anterior. Oficial do Exército. Deixou Cuiabá para cursar a Escola Preparatória de Tática do Rio Grande do Sul, localizada em Rio Pardo e transferido em 1903 para Porto Alegre, onde concluiu os estudos no ano seguinte. Praça [21.02.1902]. Depois de cursar a Escola Militar de Realengo, transferiu-se para Porto Alegre, tendo sido declarado Aspirante e Oficial [1908]. 2.º Tenente [1910]. 1.º Tenente [1916]. Capitão [1921]. Major [1927]. Tenente-Coronel [1929]. Coronel [17.12.1931]. General de Brigada [22.09.1932]. Comandante da 2.ª Brigada de Infantaria [27.09.1932]. Comandante da diretoria da Aviação Militar [04.07.1933]. General de Divisão do Estado Maior [09.05.1935]. Passou a Comandar a 1.ª Brigada de Infantaria, na Vila Militar, ficando poucos dias no seu comando por ter sido dsignado comandante da 1.ª Região Militar ao atingir o posto máximo da carreira: Marechal. Ministro da Guerra [1936-45]. Presidente da República: eleito em 22.12.1945, tomando posse em 31.01.1946, permanencendo até 31.01.1951. Grande Oficial das Ordens do Mérito Militar, Aeronáltica e Naval. Estrela de Bronze, da Argentina. Colar da Ordem do Mérito de Isabel a Católica, da Espanha. Medalha de Prata Comemorativa do Cinqüentenário da Proclamação da República. Grande Oficial da Ordem “Al Merito”, da República do Paraguai. Presidente de Honra do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro. Com geração do seu cas., a 19.02.1914, com Carmela Telles Leite, Santinha [17.09.1884, Rio, RJ - 09.10.1947, idem], filha de Manuel Antônio Leite e de Emília Adelaide Moreira Telles.

Antiga família estabelecida na Bahia, à qual pertence o Capitão Antônio Dutra de Almeida, que deixou geração do seu cas. com Bernarda de Sá Souto Maior, nascida por volta de 1680, filha de Timóteo Fagundes e de Francisca de Sá, da importante família Sá Souto-Maior, da Bahia.

Linha Indígena: Sobrenome também adotado por famílias de origem indígena. No Rio Grande do Sul, a de Miguel Dutra, «índio», cas. em 1804, em Erval, RS, com a Maria Josefa, «índia» (L.º 3.º, fl.83).

Nobreza Titular: O Comendador Joaquim Francisco Dutra [06.01.1833, Porto Alegre, RS - 04.01.1901, Rio, RJ], foi agraciado por mercê do Rei de Portugal, em data de 15.05.1873, com o título de Visconde de Cruz Alta. Comendador, proprietário e capitalista. Filho de Joaquim Francisco Dutra e de Bebiana Antônia. Deixou geração, no Rio de Janeiro, do seu cas. a 05.11.1866, em Porto Alegre, RS, com Rita de Azevedo e Silva [06.01.1839, Porto Alegre, RS - Rio, RJ], viscondessa da Cruz Alta, terceira neta de José de Azevedo Barbosa, patriarca das famílias Azevedo Marques e Azevedo e Souza, do Rio Grande do Sul.

Heráldica - A heráldica surgiu durante as Cruzadas e rapidamente se espalhou por toda a Europa, basicamente fora utilizada para identificar os so]ldados em batalhas campais já que os soldados não podiam ser reconhecidos apenas por suas armaduras e/ou elmos. Porem somente após o século XII começou a obedecer preceitos gerais, no século XIII a heráldica tornou-se tão popular que passou a existir como uma ciência a parte, na verdade a heráldica foi considerada como uma ciência e arte. Os brasões não eram dados ao acaso para cada pessoa, inicialmente tiveram suas origens em atos de coragem e bravura efetuados por grandes cavaleiros, tendo sido uma forma de homenagear os lutadores e suas famílias, posteriormente, como era um forte ícone de status passou a ser conferido a famílias nobres a fim de identificar o grau social da mesma, em resumo, somente os heróis ou a nobreza possuíam tal ícone e o poderiam transmitir a seus descendentes. A palavra brasão vem do alemão arcaico Brazen e significa "tocar trombetas", de fato, os arautos antes de lerem os decretos tocavam trombetas com bandeirolas blasonadas para chamara atenção dos passantes. Na idade média (476-1453), os heraldistas (heraldos) eram as pessoas que dirigiam os torneios e examinavam a qualidade dos cavaleiros que, por sua vez, usavam o brasão de armas no qual figuravam os símbolos de sua nobreza. Portanto, o brasão era, para os antigos da Idade Média, a insígnia, a bandeira da família e, como tal, honrado e transmitido de pai para filho. Na Inglaterra os heraldistas eram formados pelo Colégio de armas (1484), já na Escócia pela Corte do Lord Lyon (1592).


Curiosidades

No Brasil este é um sobrenome que tem certa popularidade. Além disso, esse foi um sobrenome importante na história desse país e pertenceu a pessoas importantes da politica brasileira, além de outras figuras populares.


Variantes do Sobrenome

Das variantes do sobrenome Dutra, podemos destacar as formas Ultra e Dultra. O segundo apresentado costuma ser mais comum de se encontrar, embora a sua forma original e popular seja esta que estamos tratando.

Deste modo, todas essas variantes provém do mesmo lugar e ganharam outras formas com o tempo.


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