Nasceu em Delfinópolis/MG, onde sua mãe estava de passagem em casa de seus avós maternos, tendo que após seu nascimento sua mãe retornou à Passos-MG, cidade onde morava (terra de seus pais).

Filho de Alfredo Gomes Vasconcelos, nascido em 1897 e falecido em 11-01-1983, com 91 anos e de Maria Quintilhana Lemos, nascida em 1892 e falecida em 01-01-1965, com 68 anos. Sr. Alfredo casou-se em 10-04-1947 com D. Catarina de Andrade Vasconcelos, natural de Passos-MG, falecida em 02-08-2000. Tiveram 10 filhos: Ronaldo, Renato, Regina, Rute, Roberto, Rosani, Ricardo, Rômulo, Rogério e Renê.

Sr. Alfredo ou "Nenêm" como era chamado pelos seus familiares, teve uma infância difícil, logo de pequeno veio a trabalhar na roça de seu avô, cuidava da horta, colhia frutas, vendia mandioca e doces de milho que sua mãe fazia. Gostava muito de brincar de bolinha de gude, peão, jogar beti, nadar no açude, pique esconde e andar de bicicleta. Começou os estudos no Grupo Francisco Andrade, antiga Escola Wenceslau Brás (Passos-MG), tendo como maior dificuldade a distância de 6 Km que tinha que percorrer à pé, todos os dias sob sol e chuva. Em decorrência a falta de estrutura local e também pela necessidade de trabalhar, faltava muito às aulas e nesta condição chegou até a 4ª Série do Ginásio.

Em sua fase de adolescência Sr. Alfredo já tinha um propósito em seu crescimento profissional, iniciou trabalhando como vendedor em um comércio local, lhe dando com venda de tecido, chapéu, sapato, perfume e outros do gênero.

Era sócio do Clube Passense, onde gostava de praticar natação. Sempre gostou de animais, entre os quais gostava muito de cães e chegou a ter criação de galos de rinha.

Na época de servir o exército, veio para Itajubá-MG, onde tinha uma tia, Isaura Lemos Machado (tornou nome de rua, no bairro Boa Vista) a qual trabalhava no ramo de Hotelaria e também o irmão Jaime que já se encontrava no Exército – 4º Batalhão de Engenharia e Combate de Itajubá.

Saiu de Passos-MG, aos 19 anos, em 1º de fevereiro de 1941 a bordo de um trem, fez uma parada em Mogi Mirim (interior de São Paulo) e no dia seguinte seguiu viagem, chegando a Itajubá, foi diretamente se apresentar ao Regimento do Batalhão de Engenharia e Combate com intuito de fazer carreira.

Já adaptado com à cidade e devidamente instalado, em 1943, juntamente com o irmão mais velho – Jaime, achou-se na obrigação de ajudar os demais irmãos e assim o fez, trouxe toda a família para morar em Itajubá.

Segundo registros do exército, Seção Especial da Força Expedicionária Brasileira, Alfredo Lemos Vasconcelos foi incluído como voluntário em 01-03-1941 no 1º Batalhão de Pontoneiros, tendo prestado serviços ao exército pelo período de 7 anos e 6 meses.

Já na época da Guerra, ou seja, 2ª Guerra Mundial, foi chamado a apresentar-se ao Regimento do Exército, sendo encaminhado à cidade do Rio de Janeiro a fim de seguir destino à Itália.

Em julho de 1944, embarcou para a Itália. Aportou em Nápoles e de lá se deslocou para Piza, apresentando-se como 2º Sargento do 4° Batalhão de Engenharia e Combate (então 1º Batalhão de Pontoneiros). Participou bravamente da 2ª Grande Guerra, como integrante da Força Expedicionária Brasileira (FEB), chegando a fazer curso para Tenente.

Os pracinhas conseguiram vitórias importantes contra os alemães, tomando cidades e regiões estratégicas que estavam em poder dos alemães, tais como: Monte Castelo, Montese, Zocca, Camairone, Monte Prano, Barga, San Quirino, Castelnuovo, Calecchio e Fornovo Di Taro.

Em ação de reconhecimento na Itália, acidentou-se de moto, vindo a receber um ferimento grave na cabeça, acidente este o qual o trouxe de volta ao Brasil, deixando-o afastado de suas atividades, permanecendo em tratamento médico até 1947 quando foi desligado do exército passando à reserva em abril de 1948.

Recebeu medalhas e honrosas menções de seus superiores, como um dos heróis da Castelnuovo, e Calecchio.

Após retorno ao Brasil, iniciou trabalho na Casa Brasileira – Dois Irmãos, onde ficou por cinco anos, saiu em 1956 para trabalhar no Banco Hipotecário e Agrícola do Estado de Minas Gerais que depois passou a se chamar Banco do Estado de Minas Gerais (BEMGE), sendo promovido mais tarde e recebendo proposta de gerenciamento, proposta esta a qual não foi aceita, ficando lá até aposentar-se em 31-11-1981.

Embora reformado do exército, continuou a receber várias homenagens.

Em 1993, Participou do VII Encontro organizado pela Associação de Campo Grande-MS, onde recebeu honrosas menções pelo ato heróico.

Em 1994 recebeu no Rio de Janeiro, Diploma de Membro Honorário do IV Corpo do Exército Americano e Diploma de honra ao mérito, no transcurso do Cinquentenário da Força Expedicionária do Brasil e em Itajubá recebeu Diploma da Academia Itajubense de Letras, também por ocasião do Cinqüentenário da Força Expedicionária Brasileira / FEB. Também em 1994, foi homenageado em Itajubá, através do Prefeito da época Saulo Germiniani pelos 50º aniversário da Força Expedicionária Brasileira.

Em 1995, foi diplomado pelo Dia da Vitória, ainda em comemoração ao cinquentenário por sua efetiva e abnegada participação na FEB.

Em 1995, recebeu Diploma de Defensor Perpétuo da Pátria, concedido pela Loja Maçônica de Passos-MG.

Em 1997, participou do IX Encontro da Associação Nacional dos Veteranos da FEB, em Porto Alegre-RS, onde recebeu honrosas menções.

Em 2012, foi homenageado na cidade de Passos-MG pela Polícia Militar e pelo Exército Brasileiro.

Tanto na cidade de Passos-MG (praça Central) como na cidade de Itajubá-MG (praça Pereira dos Santos), existem Monumento em homenagem aos Praçinhas da FEB que participaram da 2º Guerra Mundial, e nelas contem uma placa com os nomes destes heróis e dentre eles, possui o nome do Sr. Alfredo Lemos de Vasconcelos.

Sr. Alfredo, sempre gostou e praticou esportes, mesmo na terceira idade, sendo eles - natação, futebol, jogo de malha, andar de bicicleta, caminhar e correr.

Mesmo aposentado, não deixou de ser uma pessoa ativa, esforçado, criativo e habilidoso. Sempre esteve atarefado, dedicando aos seus afazeres, seja na construção de uma cobertura, na execução de um viveiro, no plantio de grama, na pintura e reparos da casa ou outro qualquer, virtudes estas passadas pelo seu pai – Alfredo Gomes Vasconcelos, o qual tinha grande habilidade com ferramentas, diga-se Carpinteiro de Primeira.

Pai e Marido dedicado, sempre teve em mente a família. Cuidou da educação, estudo e no demais, sempre acreditou na formação familiar. Primou pelo respeito, obediência, paciência, bom censo e sobretudo - honestidade, valores estes repassados aos filhos por estes longos anos de vida. Goza de memória privilegiada, gosta muito de ouvir música, contar piadas e histórias.

Sr. Alfredo, faleceu de madrugada em sua residência enquanto dormia. Foi sepultado em Itajubá-MG no Cemitério Paroquial.

Em sua homenagem pelo serviço prestado ao nosso país, a Câmara Municipal de Itajubá aprovou por unanimidade no dia 01 de setembro de 2015, o decreto legislativo nº 374, Art.1º. Ficando denominada de “Alfredo Lemos de Vasconcelos”, a rua Projetada 10 localizada no loteamento Chácara Santa Terezinha, bairro Rebourgeon, no Município de Itajubá.