PERSONALIDADES MARCANTES
CAETANO FERREIRA DA COSTA E SILVA
( sem dados   25-08-1865)

Venerando vulto do passado de Itajubá e da história de São Caetano da Vargem Grande (Brasópolis).

No seu atestado de óbito não consta a data do nascimento. "Não há idade, nem nomes dos pais" - assim anotou o Vigário Feliciano José Teixeira (Livro nº 1, fls. 40 Verso, da Paróquia de Brasópolis).

Era casado com Gertrudes Maria Vieira, sepultada em Itajubá em 24-02-1867, filha de José Caetano Ferreira. No arquivo paroquial de N.S. da Soledade encontramos registros dos seguintes filhos: Caetano Ferreira da Costa, que representou o pai, como padrinho, no batizado de Florentino, em 07-07-1839, filho de Antônio Martins Gonçalves e de Ana Francisca de Jesus; Ana (Ana Maria do Espírito Santo), batizada em Itajubá em 26-02-1822; casada com o Cap. Francisco Manuel dos Santos Pereira, filho de José Manuel dos Santos e de Maria José Pereira (Ana Maria do Espírito Santo foi a mãe de D. Isabel Pereira dos Santos, esposa do Cel. Francisco Braz Pereira Gomes, e, portanto, a avó materna de Wenceslau Braz Pereira Gomes); Antônio Caetano Ferreira, casado em 24-11-1842 com Mariana Cândida de São José; Tenente José Caetano da Silva Vieira, casado com Emerenciana Maria Severina (ou Emerenciana Pereira Dias), filha do Alferes Antônio Dias Pereira e de Rita Mendes da Silva; Maria, batizada em Itajubá em 21-07-1826; João Caetano da Silva Vieira, sepultado em Itajubá em 06-06-1898, com 72 anos, solteiro.

Estes os filhos de Caetano Ferreira da Costa e Silva que se encontram documentados no arquivo Paroquial de N. S. da Soledade, em Itajubá. Ignoramos se houve outros filhos desse notável varão de nossa história, que não constam nos registros itajubenses.

Tenente-Coronel da Guarda Nacional, o austero e abastado Caetano Ferreira da Costa e Silva, conforme já vimos, foi o bisavô materno do eminente estadista Wenceslau Braz Pereira Gomes.

Era homem bravo, enérgico e dominador, às vezes violento, mas justo e honrado.

Era um dos fundadores de Brasópolis, antigo distrito de Itajubá, onde foi um dos primeiros agropecuaristas.

Quando se iniciou ali o povoado, e que se pensou na construção de uma capela, a devoção dos primeiros povoadores incidia em ter Santa Ana como a padroeira do arraial. O Cel. Caetano Ferreira protestou enfezado. Nada disso! Era ele quem mais estava auxiliando a formação da aldeia, e o padroeiro deveria ser seu homônimo, seu xará, São Caetano.

Assim, em vez de Santa Ana da Vargem Grande, ficou o lugar batizado com o nome de São Caetano da Vargem Grande. Muitos anos depois, com predomínio da família Braz, passou a ser Vila Braz. É hoje a cidade de Brasópolis, mas o padroeiro continua sendo São Caetano...

Em 1842 estourou a revolução dos liberais, tumultuando Minas Gerais e outros Estados. Os revoltosos chegaram ao sul de Minas, e instalaram o QG da região na cidade de Baependi. O bravo Cel. Caetano Ferreira da Costa e Silva armou, a suas expensas, um pelotão de guerreiros a cavalo, de voluntários e de escravos, e, chegado de São Caetano da Vargem Grande (Brasópolis) com essa gente, postou-se no Largo dos Passos (atual Praça Theodomiro Santiago), convidando os itajubenses para a luta.

Houve adesão de alguns destemidos conterrânèos. E essa tropa de cavalaria legalista uniu-se ao batalhão improvisado por Julião Florêncio Meyer, vindo de Pouso Alegre, e foram combater os "ximangos" entrincheirados nas imediações de Baependi. O historiador José Alberto Pelúcio, no seu livro "Baependi", dá seguras informações dessas tropas comandadas pelo Cel. Meyer de Pouso Alegre e pelo Cel. Caetano de Itajubá, na atuação contra os insurretos do Partido Liberal. Foi revolução que logo teve seu epílogo com a destemida intervenção de Caxias.

Em 1848 Itajubá se emancipou politicamente, e o Cel. Caetano Ferreira da Costa e Silva fez parte da primeira Câmara Municipal de Itajubá então instalada. E foi ele o 4º e o 16º Agente Executivo (Prefeito) de Itajubá.

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