PERSONALIDADES MARCANTES
CARLOS CABRAL DOS SANTOS
( 21-07-1917   19-03-2001)

Segundo o historiador Geraldino Campista "residentes no município e parentes do descobridor das minas de Itagybá, são legítimos descendentes, por Manuel da Costa Cabral, de Pedro Álvares Cabral, o descobridor do Brasil". O 2° rio mais importante de nosso município foi descoberto por Lourenço Velho Cabral, seu primeiro explorador, que lhe legou o nome, que passou a topônimo de nosso único distrito. Em 9 de julho de 1880 circulou o n° 1 do jornal "Gazeta Comercial", fundado por dois avós de Carlos Cabral dos Santos, que foram os advogados José Pereira dos Santos e José Manuel Pereira Cabral. Essa folha foi o segundo jornal fundado em Itajubá.

José Pereira dos Santos, brilhante causídico e parlamentar, foi quem conseguiu na Assembléia Legislativa de Minas Gerais a criação da Comarca de Itajubá, em 15-07-1872. Na defesa a esse projeto, encontrou ele um ousado opugnador, que foi o deputado Nominato José de Soma Lima, segundo o qual Itajubá não merecia se tomar "cabeça" de Comarca. Nosso bravo itajubense rechaçou, com brilhantismo e alta voz os atrevidos argumentos de Nominato, e o projeto tornou-se em Lei. Era o avô paterno de Carlos Cabral. Foi Juiz de Direito de Itajubá de 1917 a 1920. O outro diretor da "Gazeta Comercial" foi José Manuel Pereira Cabral, igualmente magistrado, filho de Francisco dos Santos Pereira (irmão do avô do grande cientista e benemérito Dr. Vital Brasil). Foi Juiz de Direito de nossa Comarca de 1891 a 1903, e avô materno de Carlos Cabral dos Santos. Entre próximos ancestrais de Carlos Cabral encontram-se ainda muitos outros vultos eminentes, tais como alguns também antepassados de Wenceslau Braz, ex-Presidente da República, e de Theodomiro Carneiro Santiago, fundador da Universidade Federal de Itajubá (UNIFEI).

Carlos Cabral dos Santos nasceu em Itajubá. Era filho de José Acácio Pereira dos Santos, Agente do Correio de Itajubá (depois de ter sido comerciante e industrial de macarrão, com uma fábrica que comprara, de sociedade com seu irmão Maurício, de Francisco Nisticó) e da professora D. Joaquina Pereira Cabral (neta de Sebastião Sátiro Pereira Cabral, o avô paterno de Walter Cabral, que foi Juiz de Direito da Comarca de Itajubá, de 1944 a 1965). A mãe de Carlos, a educadora D. Joaquina Cabral, filha de José Manuel Pereira Cabral, mestra exímia e normalista, fundou com sua irmã D. Francisca Pereira Cabral, o externato São José, inaugurado em 1900. D. Francisca, além de educadora, foi uma talentosa artista. Aplaudida pianista e cantora lírica de esplêndida voz, muitas horas de fina arte propiciou aos itajubenses de boa cultura no Teatro Santa Cecília.

Carlos Cabral dos Santos era farmacêutico. Era o caçula de uma prole de seis irmãos, sendo um dos irmãos mais velhos, Sebastião Cabral dos Santos, experiente farmacêutico, proprietário da Farmácia São José, na Praça Adolfo Olinto, continuador de Tomás Aldano (falecido em 1930), com quem adquiriu amplos conhecimentos da profissão, tornando-se ambos os "clínicos dos pobres", pois, como se médicos fossem, também receitavam, com grande eficiência, aos doentes sem dinheiro para pagar aos esculápios diplomados. Não raro, eram ambos procurados até por enfermos ricos... E com Sebastião, Carlos adquiriu os primeiro conhecimentos de farmácia. Fez o curso primário em Itajubá e o ginasial num internato em Santa Rita do Sapucaí. Também cursou uma escola de Contabilidade. Trabalhou por pouco tempo na Fábiica de Armas (ora IMBEL), mas o seu desejo era o de tornar-se boticário. Estabeleceu-se com uma farmácia na rua Joaquim Francisco, que manteve por pouco tempo. Em Campinas-SP, diplomou-se em farmácia, completando o seu sonho.

Carlos Cabral dos Santos casou-se com a jovem Giselda Cardoso, então com 16 anos, prendada filha de Sebastião Cardoso e de D. Lucinda Cardoso. E tiveram os seguintes filhos:

1- D. Martha, casada com o engenheiro Aloysio Pizarro, Catedrático da Universidade Federal de Itajubá (UNIFEI), escritor e jornalista. São os pais de Aloysio Júnior e Álvaro Maurício, ambos engenheiros pela UNIFEI, e de Andréa, cirurgiã dentista diplomada pela USP;

2- D. Sônia, casada com o engenheiro Laércio Braga Granado, os pais de José Carlos, promotor; Laércio, estudante de engenharia, e Paulo César, empresário;

3- D. Marília, casada com o engenheiro Hugo Mendes Sobrinho, os pais de Hugo, engenheiro pelo INATEL; Carolina, psicóloga pela PUC de Campinas, SP; e Eliana;

4- D. Rúbia, casada com Marcos Rodrigues, os pais de Mara, Marcos e Adriana;

5- D. Mariza, casada com o engenheiro José Maria, os pais de Renata, advogada pela UNIP, Rodrigo e Roberta;

6- D. Márcia, casada com o engenheiro Juan Alberto Molina, os pais de Carolina e Carol;

7 - Antônio Fernando, solteiro, professor.

Em 1970 Carlos Cabral dos Santos mudou-se para Campinas-SP, onde moravam quase todas as filhas casadas, e continuou a trabalhar em farmácia. Em 1992 aposentou-se e foi morar em Mogi-Mirim-SP. Cidade próxima a Campinas, onde faleceu e está sepultado. Deixou 17 netos e 5 bisnetos.

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