Itajubá, pranteada e inconformada, estremeceu-se com a infausta e excruciante notícia do falecimento, em Belo Horizonte, do provecto e inconfundível amigo desta cidade, glória do parlamento mineiro, Dr. Euclides Pereira Cintra esse brasopolense com coração itajubense.

Euclides Cintra era filho de Ludgero Pereira Cintra e de D. Ana Ferraz Cintra. Fez os preparatórios na Escola Estadual "Cel. Francisco Braz", no Ginásio de Brasópolis e no de Paraisópolis, e o Curso Clássico do Colégio "Afonso Arinos" de Belo Horizonte. Bacharelou-se em Ciências Jurídicas e Sociais da U.C.M.G. de Belo Horizonte, e fez vários outros cursos, em outras faculdades, de aperfeiçoamentos pedagógicos, de Filosofia, de Psicologia, de Biologia, etc.

Exerceu o cargo de professor em Universidades e escolas diversas. O inesquecível Cintra foi comerciante em Itajubá. Era Oficial da Reserva do Exército. Iniciou a carreira política como Vereador pela Câmara Municipal de Itajubá. Em seguida, foi eleito e reeleito várias para o cargo de Deputado Estadual, cargo este que brilhantemente exerceu em 9 (nove) períodos consecutivos da legislatura, e na Assembléia Mineira exerceu as funções de 1º Secretário e de Presidente de várias Confissões.

Participou de alguns Simpósios de alta importância. Foi o Presidente do Instituto de Previdência do Legislativo Mineiro (IPLEMG), e também Presidente da Comissão de Turismo da Assembléia Legislativa de Minas Gerais. Foi Secretário de Estado do Trabalho e Cultura Popular do Governo de Minas Gerais. Pertenceu a várias instituições, Academias de Artes e de Literatura. Foi o fundador e Diretor do Jornal "Correio de Itajubá" (1945 a 1950). Recebeu inúmeras e honrosas Medalhas, publicou algumas obras, inclusive uma história de Brasópolis, intitulada DO LITORAL A VARGEM GRANDE.

Itajubá era a "menina de seus olhos", e foi intensa a sua luta para resolver problemas desta cidade, destacando-se os seus trabalhos na criação de colégios e escolas urbanas e rurais; a construção de ponte "Tancredo Neves" e outras pontes fora da área urbana; a instalação do SAMDU; a homenagem à memória de Theodomiro Carneiro Santiago, conseguindo que a Assembléia Legislativa aprovasse o nome do grande educador conterrânco para denominar a usina hidrelétrica da Emborcação, em Araguari; a criação da Agência e do armazém do SAPS; a construção de algumas estradas; a retificação do rio Sapucaí e outras providências para solucionar o problema das enchentes em Itajubá; a reforma do Fórum (que estava danificado pelo incêndio de 20-10-1952), e as providências, junto ao Governo do Estado, para a construção do novo Fórum; a aquisição de ambulâncias para alguns hospitais; a consecução de verbas para a Santa Casa de Misericórdia; a criação da Cidade Industrial de Itajubá; a oficialização de denominações de com nomes de vultos ilustres da cidade, e de que algumas instituições itajubenses fossem consideradas utilidade pública, para efeito de receberem benefícios; consecução de verbas para asfaltamentos, obras de saneamento, etc.

O saudoso antigo de Itajubá era casado com D. Ana Rennó Cintra, itajubense, filha de Sebastião Custódio Rennó e de D. Maria Amélia Rennó, ambos itajubenses. Filhos do Deputado Cintra e D. Ana: Dr. Hero Rennó Pereira Cintra, casado com D. Iracema Maria Cintra; Dr. Welber Rennó Pereira Cintra, casado com D. Maria da Glória Braga Cintra; Dr. José Kleber Rennó Cintra, casado com D. Ana Maria Costa Cintra; Dr. Wander Rennó Cintra, casado com D. Irene Gonçalves Rennó Cintra; D. Maria Inês Cintra Carvalho Leite, casada com o médico Dr. Ademir Carvalho Leite; e D. Márcia Maria Rennó Cintra. Todos os filhos do Dr. Euclides Pereira Cintra são itajubenses, com exceção de D. Márcia Maria, que é belo-horizontina.