PERSONALIDADES MARCANTES
HUMBERTO SANCHES
( 03-05-1892   20-04-1958)

A honrada, empreendedora e tradicional família Sanches tem a sua origem, em Itajubá, no patriarca Francisco Sanches, o qual, porque usava brincos (coisa, num homem, inteiramente inusitada naqueles idos) ficou com o apelido de Chico do Brinquinho (1831; 19-08-1900). Veio para Itajubá por volta de 1860.

Pertencia a uma geração de estrênuos comerciantes de San Severino Lucano, Itália. Era filho de Silvério Ciancio, falecido em 09-08-1886, na Itália, com 80 anos ("O Itajubá", nº de 26-09-1886). O nome de família era Ciancio, mas os nossos conterrâneos, porque não se conformavam com a pronúncia e sotaque dos gringos, sobretudo com a fala dos peninsulares do Mediterrâneo, mudavam alguns nomes próprios, adaptando-os aos seus ouvidos e aos seus recursos de natural articulação. E, por essa razão, o Ciancio se transformou em Sanches, assim como Biagio passou a Braz (Biagio Reale), e Rennow, cá para nós, virou Rennó, e Rebourgeon, em Itajubá, é Reborjão... Francisco Sanches, o Chico do Brinquinho (ou Chico Brinquinho, sem o do muito prosperou, estabelecendo-se com seu armazém na rua do Sapucaí (ora Padre Marçal), na altura da Ponte de Zinco. E mandou carta para Itália chamando Silvério Sanches (mesmo nome de seu pai) e Próspero Sanches, seus sobrinhos. Sobre o Chico do Brinquinho também encontrará no indice de persanolidade desde site.

Apresentando nesta súmula biográfica algumas das principais informações que possuímos sobre Humberto Sanches, aproveitamos a oportunidade para aqui incluirmos algumas referências ao vulto inesquecível do benemérito construtor de Itajubá, que foi o comerciante Silvério Sanches. O venerando Silvério Sanches (29-08-1868; 03-04-1951), filho de Vicente Sanches e de D. Domênica Marino Sanches, nasceu em San Severino Lucano, Itália, Província de Basilicata. Casou-se em 22-09-1888 com D. Maria Rosária Masselli (08-12-1873; 08-01-1959), filha de Francisco Masselli e de D. Cristina Ricca Masselli. Houve do casal os seguintes filhos: Amélia (27-09-1889), sepultada em 07-03-1890; Amadeu (22-01-1891), falecido em 28-05-1901 com 10 anos; Humberto; Amélia, 2º filha com esse nome (1893), sepultada com 5 meses em 10-02-1894; D. Maria Emília (D. Miloca), casada com José Ernesto Coelho, Engenheiro Civil; Elizabeth (12-08-1896), D. Betina, casada com Fortunato (Nato) Pereira; Francisco (1897), casado com D. Carmosina de Lima Vianna; Vicente (16-12-1898), casado com D. Ana (Anilha) Lisboa Sanches; José (29-04-1900), Dr. Juca Sanches, casado com D. Mercedes Barbosa Sanches; Ana (28-09-1901), casada com o Engenheiro Hans Hausner; D. Laurita (1905), casada com o Coronel Antônio Carlos Bello Lisboa, ex-Diretor da Fábrica de Armas (IMBEL); Amadeu, 2º filho com esse nome, falecido solteiro, com 28 anos de idade, sepultado em 11-10-1944. Sobre as múltiplas atividades de Silvério Sanches em beneficio de Itajubá, no desenvolvimento de nosso comércio, no seu exercício de Inspetor Escolar, na sua atuação em nosso Legislativo, e na política brasileira, como um dos fundadores e Tesoureiro da então Associação Comercial de Itajubá, sua cooperação com a Santa Casa de Misericórdia e com a Igreja, etc.

Humberto Sanches, filho, conforme já vimos, de Silvério Sanches e de D. Maria Rosária Masselli Sanches, casou-se, em primeiras núpcias, na Basílica de Nossa Senhora Aparecida, em Aparecida-SP, em 20-06-1917, com D. Guiomar Schimidt Sanches, falecida em 15-07-1930, filha de Carlos Schimidt e de D. Minervina Alves Schimidt; em segundas núpcias, em 02-10-1948, com D. Ambrósia Maria de Jesus Sanches, viúva de Antônio Leite Queirós.

Filhos do primeiro matrimônio: Silvério Sanches Neto (1804-1918), casado com D. Celeste Canaverde Sanches (Lelé); Carlos Sanches (01-11-1919), casado com D. Mariana Luíza; Maria Rosária Sanches (Rosarinha), nascida em 17-10-1921, solteira; no arquivo paroquial de Nossa Senhora da Soledade consta o nascimento, na mesma data, de uma gêmea, também de nome Maria, sepultada com 10 meses em 23-08-1922. A primeira, batizada em 26-01-1922, teve como padrinhos o Engenheiro José Ernesto Coelho e D. Emília Sanches Coelho (D. Miloca); a outra, batizada em 25-02-1922, teve como padrinhos Albino Schimidt e D. Elizabeth Sanches; José Cláudio Sanches (Colô), nascido em 26-01-1924, casado, em Pouso Alegre, em 22-12-1947 com D. Magda Maria Salomon; D. Marília Sanches Martinez (02-12-1926), batizada em 08-12-1927, tendo como padrinhos o então Capitão Antônio Carlos Bello Lisboa e D. Laurita Sanches Bello Lisboa. Casou-se em 25-01-1950 com Álvaro Marinho Martinez; e D. Minervina Sanches de Mendonça (08-08-1929; 11-10-2002), conhecida entre seus parentes e íntimos por Vivi, casada com o ex-Governador de Minas Gerais, ex-Vice-Presidente da República e ex-Ministro Aureliano Chaves de Mendonça. Todos os filhos de Humberto Sanches, de suas primeiras núpcias, nasceram em Itajubá.

Os filhos de Humberto, de seu segundo matrimônio, foram os seguintes: Lourenço Gonçalves Sanches, nascido em 14-04-1934, em Itajubá, casado com D. Shirley Scarpa Sanches; Raimundo Gonçalves Sanches, nascido em 27-05-1935, em Itajubá, casado com D. Ieda Barros Sanches; Benedito Gonçalves Sanches, nascido em 08-08-1936 em São Lourenço, casado em primeiras núpcias, com D. Luíza Helena Rodrigues Alves, falecida em 1980, e em segundas núpcias, com D. Edna Garcia Sanches; e D. Benedita Antônia Sanches (D. Beny), nascida em 13-06-1943 em São Lourenço, divorciada.

Humberto Sanches, o sogro do ex-Vice-Presidente da República e ex-Govemador do Estado de Minas Gerais Antônio Aureliano Chaves de Mendonça, era advogado, formado pela Faculdade de Direito do Rio de Janeiro. Quando ainda jovem foi Vogal do Tiro de Guerra "Wenceslau Braz", criado em 1911. Exerceu o cargo de Delegado Regional de Polícia do Estado de Minas Gerais, durante a década de 1920-1930 e ainda pouco depois, em 26 de outubro de 1930 foi alvo de grande e apoteótica manifestação popular em reconhecimento à sua eficiente, destemida e enérgica atuação como Delegado Regional da Polícia mineira, graças ao qual foi mantida a ordem e a segurança em Itajubá e em toda esta região durante o movimento de tropas armadas da Revolução de três de outubro, quando toda a população sul-mineira viveu dias de sobressaltos, intranqüilidade e pânico. Ouviram-se alguns bem informados oradores a respeito da situação nacional e das providências e iniciativas tomadas eficazmente por Humberto Sanches. Era Professor do Colégio São Vicente de Paulo, fundado e dirigido em 1925 por Geraldino de Medeiros, estabelecimento instalado no prédio ora ocupado pelo Convento das Irmãs da Providência de Gap. Foi Prefeito da cidade de São Lourenço, à qual prestou relevantes serviços, entre os quais a modernização do sistema de abastecimento de água potável e as iniciativas e recursos para a fundação de um ginásio. Como Delegado Regional de Polícia, prestou assinalados serviços a outras localidades além das do sul de Minas, entre as quais Belo Horizonte e Uberaba, cargos extras que exerceu sem abandonar sua residência em São Lourenço. Está, contudo, sepultado em Itajubá, seu torrão natal.

No retrato, estão Silvério Sanches (nº1), Humberto Sanches (nº2), D. Ambrósia Maria de Jesus Sanches, a segunda esposa de Humberto Sanches (nº3) e D. Maria Rosária Masselli Sanches, esposa de Silvério Sanches, mãe, portanto, de Humberto Sanches (nº4)

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