PERSONALIDADES MARCANTES
JOANA DE PAULA BARBOSA (Sá Joana)
( 22-08-1896   13-03-1952)

Esta virtuosa senhora (Sá Joana, como todos lhe chamavam) era filha de Francisco de Paula Barbosa e de D. Antônia Ferreira Strutz.

Sá Joana, conforme informações que recebemos, foi um exemplo sobremaneira nobilitante e edificante de mãe modelar, que nunca media sacrifícios e jamais esmoreceu aos embates e reveses da vida, para criar, alimentar, vestir e educar os filhos com dignidade e orientação cristã, sabendo, com fé em Deus, suprir a carência financeira com a abastança do amor materno. Diante da grandeza de ânimos e de virtudes de D. Joana de Paula Barbosa, aqui a apresentamos como a encarnação de mãe heroína de Itajubá, de todos os tempos.

Seu pai não permitia que as filhas estudassem, e Joana nunca foi à escola. Viveu e morreu analfabeta. O mesmo aconteceu com suas 4 irmãs. Casou-se muito cedo, com menos de 17 anos, com Francisco Joaquim Santana. Para ajudar o marido, atirou-se ao trabalho, fabricando, em casa, cigarros de palha, sabões de cinza, lingüiça e tomou-se auxiliar de parteira. Não perdia as missas dominicais na Matriz de Nossa Senhora da Soledade, nem as de sexta-feira, segundo sua devoção. Com a inauguração da igreja de São Benedito, a sua participação nas missas passou a ser feita neste novo templo.

Em 1942 enviuvou, e coube a ela todo o encargo da manutenção do lar, sempre desdobrando-se no trabalho para nada faltar aos filhos, inclusive a educação. Teve a grande satisfação de assistir à conclusão de curso primário de um filho, no então Grupo Escolar "Coronel Carneiro Júnior", ficando emocionadíssima, até às lágrimas, com a solenidade, quando a Professora Nenzinha Mello fez os "diplomandos" entoarem uma canção, acompanhados no piano por Chiquita Rennó.

Quando seu filho Romeu Santana partiu para a guerra na Itália, ela trancava-se em seu quarto para rezar o terço e chorar, pedindo a Deus a proteção para o filho, que, após a conflagração, foi promovido a Major. Outra grande alegria, a 2ª de sua vida, foi-lhe dada pelo filho Major Romeu Santana, que a levou à Aparecida do Norte-SP, para agradecer à Virgem Maria o regresso do filho, "pracinha" que se tomou Major, que era todo o seu orgulho. Foi a única vez que andou de trem. Estimada que era, e pertencente à Irmandade de São Benedito, seu sepultamento teve um apoteótico acompanhamento, com a presença da Irmandade e seus estandartes; do Apostolado da Oração, dos alunos do Grupo Escolar "Cel. Carneiro Júnior", em forma, e as professoras; e das multidões de amigos e admiradores numa sentida homenagem a Sã Joana, pelo seu heroísmo, humildade, virtudes e exemplo de mãe que soube edificar um lar cristão. Se ela, do céu, estava vendo o que se passava na terra, este seu funeral deve ter sido a 3ª alegria de toda a sua vida!...

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