O comércio de jornais e revistas em Itajubá teve início com a primeira "agência" aqui fundada, em 1912, por Antônio Bueno Caldas, que se tomou representante dos maiores periódicos do Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte. Caldas, foi pois, o pioneiro desse comércio em nossa cidade, o primeiro que aqui se estabeleceu com banca dos principais órgãos da imprensa do País. Dois anos depois, isto é, em 1914, passou esse seu comércio a Nicandro Dias Coelho (1890; 08-11-1961), irmão do negociante José Dias Coelho.

Nicandro tinha uma pequena loja de papelaria, armarinho, ferragens, perfumarias, louças e secos e molhados, que depois transformou em quitanda, onde vendia verduras, frutas, ovos e aves. Abandonou esse comércio para dedicar-se à banca de j omais e revistas, tomando-se continuador de Antônio Bueno Caldas.

Anos depois, Nicandro, desejoso de mudar-se para Aparecida-SP, para onde, de fato, foi, passou a banca aos imigrantes italianos Rotella, naturais de Pádua. Emesto Rotella estabeleceu-se em Itajubá com a agência lotéfica "Guarani"e Francisco Rotella montara o estabelecimento para a venda de periódicos e livros no térreo do Grande Hotel, na Praça Theodomiro Santiago (então Cesário Alvim).

Em 15-08-1928 chegou ao Brasil o aviador italiano Carlo Del Prete, que acabava de "bater o recorde" da travessia de Roma ao Rio de Janeiro em 58 horas e 37 minutos. Na Base Aérea do Galeão o arrojado aviador foi vivamente festejado e homenageado. Logo após o almoço que lhe foi oferecido, desejou contemplar a então capital do Brasil, vista do alto, junto com as nuvens. Foi infeliz. O avião caiu na Baia de Guanabara, e Carlo Del Prete perdeu a vida. Todos os seus compatriotas lamentaram profundamente o trágico acontecimento.

Em Itajubá, o maestro Nisticó compôs o dobrado "Carlo Del Prete", uma de suas mais belas composições para banda de música. E os Rotella deram, então, ao seu estabelecimento o nome de "Casa Del Prete", que até hoje permanece, continuado por Gino Scalzo.

Quatro anos depois da morte do aviador, após a revolução de 1932, aqui chegou Luigi Caruso, e assumiu ao comando da "Casa Del Prete", primeiramente sob a razão de Caruso & Rotella. Luiz Caruso viera de Lorena-SP, onde estivera estabelecido, e aqui muito logo, pela sua cavalheiresca atenção para com todos, pela maneira afável e gentil com que atendia a todos os que procuravam um jornal ou revista, se tomou amigo de todos os itajubenses.

Nascera na cidade de Paola (Itália). Casou-se em 08-05-1920, no Rio de Janeiro, com D. Natalina Sarmeiro Caruso, e foram os pais de Ana Mary Caruso (única filha).

Em 08-05-1970, em Itajubá, na Capela de Nossa Senhora Aparecida, na Vila Vicentina, o casal celebrou suas Bodas de Ouro matrimoniais. Luiz Caruso tinha um empregado que muito o ajudava, o Geraldo, residente no início da avenida Cesário Alvim, nas proximidades do portão da Santa Casa. Ele caixeirava na "Agência", e era quem ia à estação ferroviária, a uma hora da tarde e às 8 da noite, nas chegadas dos trens de Soledade, para receber os jornais e revistas. E ainda na gare da estação, ele vendia muitas dessas publicações, para depois colocar os pacotes de periódicos no carro, que ele empurrava até ao centro da cidade.