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HISTÓRIA CLUBE ITAJUBENSE
CAPÍTULO 10

A história relatada nestes textos foram tira da do livro "Conversa Centenária - A História dos 100 anos do Clube Itajubénse - De: Fernando Antônio Xavier Brandão". Por ser muito extenso, foram divididos em capítulos separados e para facilitar ao leitor em sua pesquisa e leitura.

Segue abaixo os índices dos capítulos e para acessa-los basta clicar num dos links.

INDICE

CAPÍTULO 01  - Dos sonhos à realidade .............................CLIQUE AQUI

CAPÍTULO 02  - Consolidação I e II....................................CLIQUE AQUI

CAPÍTULO 03 - A primeira das instalações...........................CLIQUE AQUI

CAPÍTULO 04 - Adm. do clube em seus primeiros 50 anos ......CLIQUE AQUI

CAPÍTULO 05 - Pausa histórica na madrugada 10/jul/1947......CLIQUE AQUI

CAPÍTULO 06 - Adm. do clube nos últimos 50 anos................CLIQUE AQUI

CAPÍTULO 07 - Pontos altos da história do clube..................CLIQUE AQUI

CAPÍTULO 08 - Entre eventos, teceram-se acordos..............CLIQUE AQUI

CAPÍTULO 09 - Os carnavais do Clube Itajubense.................CLIQUE AQUI

CAPÍTULO 10 - Os bailes de debutantes.............................CLIQUE AQUI

CAPÍTULO 11 - Sede campestre........................................CLIQUE AQUI

CAPÍTULO 12 - Fatos curiosos..........................................CLIQUE AQUI

CAPÍTULO 13 - Apoio inestimável......................................CLIQUE AQUI

CAPÍTULO 14 - Festividades e planos futuros......................CLIQUE AQUI

CAPÍTULO 15 - Aplausos finais..........................................CLIQUE AQUI

CAPÍTULO 10


OS BAILES DE DEBUTANTES


"Você botão de rosa

Amanhã a flor mulher

Jóia preciosa cada um deseja e quer

De manhã banhada ao sol

Vem o mar beijar

Lua enciumada

Noite alta vai olhar

Você menina moça

Mais menina que mulher

Confissões não ouça

Abra os olhos se puder

Tudo tem seu tempo certo

Tempo para amar

Coração aberto faz chorar..."

Samba de Luiz Antonio


"Perguntei a uma dezena de associados do Clube Itajubense, todos na faixa dos cinqüenta anos, qual era o evento do passado, que mais os impressionara, fosse pela beleza em si, fosse pela qualidade das orquestras envolvidas, fosse pela ternura que até hoje evocava na memória, fosse pela organização precisa, que proporcionava o maior sucesso na realização. De todos os consultados ouvi uma só resposta: os Bailes das Debutantes!"

F. Brandão

D. Lila Pedroso Corrêa, dama da sociedade de Itajubá, concedeu oportuna entrevista, sobre a realização dos Bailes das Debutantes, de 1969 a 1983. Ela foi a grande organizadora desses eventos, realizados no Salão de Festas do Clube, com o maior bom gosto, quando um sem número de mocinhas foram apresentadas à sociedade itajubense.

D. Lila tem imensas saudades daqueles tempos. Tempos de muito trabalho e de muita responsabilidade. Tempos que exigiam ações conjuntas e decisivas das Diretorias do Clube e de D. Lila, para que tudo corresse com toda a perfeição possível.

Bailes de Debutantes... Eventos que nos lembram o esvoaçar de vestidos brancos rodados. De sedas e brocados cuidadosamente escolhidos. De sapatos brancos, com os primeiros saltos altos. A participação de dezenas de meninas moças, olhares tímidos, corações descompassados pelo rodopiar da primeira valsa.

Bailes de Debutantes... Orquestras selecionadas com a maior carinho... O primeiro par, os primeiros rostos colados, a primeira jura de amor! O nervosismo de mães e de pais ansiosos, vivendo, intensamente, momentos de grande expectativa.

D. Lila se recorda que o primeiro Baile de Debutantes foi no DAEFEI, em 1968, pois o Clube Itajubense se achava em obras. No princípio, D. Lila ajudava a D. Chiquita Faria de Aquino na organização. Depois, ficou sozinha com a responsabilidade.

O Clube assumia a contratação da orquestra. sempre escolhida entre as melhores da região sudeste do País. Era trabalho planejado com muita antecedência, para se alcançar o melhor êxito.

Bailes das Debutantes de 1971.O Clube acabara de ser reformado pelo Presidente Dr. Rubens Dario Fuchs.


Bailes das Debutantes de 1973. Era Presidente do Clube o Sr. Benedito Pereira dos Santos


Os Bailes eram realizados em outubro. D. Lila Pedroso Corrêa ficava responsável pela escolha do fotógrafo. Selecionado entre grandes profissionais, geralmente, do Estado de São Paulo. O vencedor ganhava a concorrência, conduzida com todo o cuidado. O objetivo do profissional, que seria contratado, era a encomenda das dezenas de álbuns fotográficos das debutantes. O fotógrafo contratado chegava com antecedência a Itajubá e trabalhava com afinco, para atender, também, outras encomendas, como fotografias de parentes das debutantes, instantâneos de participantes do Baile e de outras festividades, que faziam parte, a exemplo da missa e do coquetel. Na época, estavam muito em moda os pôsteres artísticos, em preto e branco, de grandes dimensões. O fotógrafo vencedor da concorrência tinha total exclusividade. Com sua arte e habilidade comercial, executava inúmeros serviços extras na cidade, em paralelo ao Baile das Debutantes.

Para conseguir o negócio, os fotógrafos concorrentes se desdobravam em ofertas, entre as quais a contratação de um ator de televisão, geralmente um galã, em início de carreira, destacando-se em alguma novela, que estivesse em pleno sucesso de audiência. Houve casos de fotógrafos, que ofereceram alternativas de atores disponíveis, ocasiões muito especiais essas, em que as debutantes participaram da escolha daquele que seria o "Padrinho" do Baile. Assim, estiveram em Itajubá Tony Ramos, Antonio Fagundes e vários outros.

O evento completo constava de missa, celebrada na véspera do Baile e de coquetel, realizado uma semana antes, para que as debutantes melhor se entrosassem. Os ensaios eram rigorosos. E repetidos à exaustão, até que D. Lila se satisfizesse com o desempenho de todas as mocinhas participantes. Muitas vezes, acontecia que uma das debutantes se deixava dominar pela tensão nervosa e desistia do evento. Não comparecia mais aos ensaios, nem apresentava desculpas convincentes. D. Lila tinha que se desdobrar. Ir atrás da "coelhinha fujona" e agir, com muita psicologia e carinho, para trazer de volta a debutante desgarrada ao grupo.

No dia da Grande Festa, o papel do "Padrinho" era sempre elogiável. Todos os atores que passaram pelo Clube Itajubense deixaram a melhor das impressões. Desdobravam-se em atenção, com todas as debutantes, causando a maior inveja nas demais participantes do Baile e ganhando a malquerença dos rapazes itajubenses, muito ciosos das "garotas do seu pedaço".

Dois momentos de muita emoção eram a valsa com os pais e com o "Padrinho" e a chegada do bolo, imenso, esplendoroso em seu carro de rodízios, velas acesas, todo confeitado, ocasião em que as luzes eram apagadas e o Salão de Festas ficava iluminado só por aquelas velas.

D. Lila diz que, só naquele instante, percebia que tudo correra bem, que a festa fora um sucesso, que as debutantes esbanjavam felicidade e que os semblantes de emoção de todos, no Grande Salão, traduziam o sucesso alcançado. Nesse momento, D. Lila exalava um longo suspiro, de puro alívio das tensões e sentia como haviam sido compensadores todos os sacrifícios, as dúvidas, os momentos enervantes, a verdadeira maratona em que se atirara, para organizar mais aquele Baile das Debutantes do Clube Itajubense.

Em agosto de 1996, o Presidente Carlos Alberto Azevedo Faria tentou fazer ressurgir o Baile da Debutantes. Enviou dezenas de convites para sócios, que possuíam filhas, ou sobrinhas ou netas, na faixa etária de 13 a 17 anos. Não obteve adesões em número compatível com a importância da festa!

O Baile, tão sonhado pelo Presidente, não pode ser realizado!

Estariam sepultados, em definitivo, os Bailes das Debutantes, em Itajubá? Estariam sepultados os vestidos brancos rodados e os primeiros sapatos de saltos, também, brancos, imaculados? Onde estariam as valsas? Para sempre superadas pelo metaleiro da moda? Onde estaria a emoção de pais, na maioria das vezes, mais sensíveis que as próprias debutantes? Onde estariam os tímidos corações, batendo em compasso de valsas antigas, com violinos ciganos perdidos na penumbra?

Essas perguntas não têm respostas, pois no dizer da grande poetisa mineira Lacyr Schettino, em seu livro "Versos de Ontem e de Hoje", quando tudo tiver passado, só existirá uma RECOMPENSA:

"Passa o tempo veloz e nada deixa do que construímos cheios de ansiedade. Amor... ingratidão... ventura... queixa... Ai de nós se não fora esta saudade!"

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